A mãe sabia que tinha sido ele , mas deixou passar .
E assim , dia após dia , vieram outras respostas : – “Não fui eu !”
O cadarço do sapato cortado com a tesoura , o copo de vidro quebrado e já na lixeira , o fio de telefone arrancado, a parede riscada com lápis de cera e outras coisinhas sem tanta importância , travessuras de criança , mas que Daniel ia logo avisando – “Não fui eu !”
Chamou a criança para uma conversa a dois :
– Meu filho , sabe que pode confiar na sua mãe , não é?
– Sim , mamãe –respondeu o menino , já com os olhos baixos .
– Pois bem –continuou–você confia em mim porque sempre cuidei de você com carinho , porque sou verdadeira e leal com você . Chegou a hora de você parar de fazer essas travessuras e estragar as coisas .
– Mas mamãe ...
– Não tem mas nem meio mas ! Sei que você cortou os cadarços do sapato , quebrou o espelho do quarto , riscou a parede e agora cortou a cortina ! Já chega ! E chega também de mentir ! É natural que você tenha medo de dizer a verdade , mas deve dizê-la de qualquer jeito . A partir de hoje não quero mais essas “artes ” de cortar coisas . Você já está ficando um homem . Por isso , se voltar a estragar alguma coisa que dê prejuízo , vai ficar sem ir ao shopping no fim de semana . Eu quero me orgulhar de você , ouvindo “a verdade ”. Estamos entendidos ?
– Sim , mamãe – respondeu Daniel.
– Foi sem querer , mamãe , mas fui eu ...
– Tudo bem , filho , acidentes acontecem. Fiquei orgulhosa porque disse a verdade .
E assim , aos poucos , a mentira foi dando lugar à verdade e as “artes ” ficaram para trás na vida de um menino que hoje é um rapaz de caráter , graças à maneira como foi educado por sua mãe : com carinho , mas com firmeza .
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